Este livro aborda o processo político e cultural que caracterizou a experiência chilena (1970-1973) a partir da análise das imagens de propaganda produzidas em apoio à transição ao socialismo pela via pacífica. As mensagens elaboradas e difundidas nos murais das brigadas muralistas e nos cartazes dos artistas gráficos, não só marcam a visibilidade da época de forma original, mas também expressam as contradições da esquerda chilena durante a luta política. A historiadora Carine Dalmás mostra como iniciativas pontuais de apoio ao projeto de governo de Salvador Allende evoluíram, depois da vitória eleitoral para ações de carácter pedagógico- cultural mais amplas que, em conjunto com os cartazes de propaganda oficiais consolidam um imaginário festivo e alegre do processo revolucionário. Porém, ao mesmo tempo, explicita a existência de mensagens de propaganda críticas ao governo, apesar de provenientes dos partidos da própria coligação, ou de cartazes produzidos de forma independente pelos mesmos artistas da propaganda oficial. Como análise original a autora revisita um acontecimento político controverso, que mobilizou paixões e marcou a história latino-americana no século XX.